Quando a 31 de Outubro de 2013 o povo moçambicano saiu à rua, numa marcha pacífica, para dizer de forma uníssona BASTA aos raptos, sequestros e todo tipo de criminalidade que assola o país e igualmente exigir a paz aos beligerantes [Governo e partido Renamo] que estavam - e infelizmente continuam - a matar inocentes numa guerra não declarada, pessoas com "visão futurística" auguraram que aquela era a uma "demonstração inequívoca" de que dali para diante seria "impossível governar sem ter em conta a vontade popular".
Efectivamente, as marchas que se seguiram àquela demonstram que a sociedade moçambicana, pelo menos a que reside nos grandes centros urbanos, está a acordar para vida. É só recordar que num passado recente, as organizações da sociedade civil que actuam no país, desfilaram em direcção a Assembleia da República para exigir a retirada na proposta de Código Penal de artigos que constituíam um insulto à dignidade da mulher e demonstravam a putrefação moral dos legisladores. A marcha teve sucesso e os dispositivos foram retiradas.
Hoje, mais uma vez, homens e mulheres, saíram novamente à rua e exigiram a não promulgação das leis que estabelecem regalias milionárias para os deputados e Chefes do Estado, num país onde a maioria vive numa pobreza extrema e degradante. Mas apenas foram menos de mil (1.000) pessoas estivaram na marcha. Na verdade fala-se de cerca de 500 pessoas. Moçambique tem mais de 22 milhões de habitantes. A pergunta que fica é: onde estavão as restantes vítimas da golpada de mestre dada pelos governantes?