O baile de máscaras, tal como alguém apelidou a
campanha eleitoral, voltou. Cada candidato e o seu respectivo partido político
promete tudo e mais alguma coisa para conseguir convencer os eleitores a
votarem nele no dia 15 de Outubro, data marcada para a realização da quintas
eleições gerais.
Desde a madrugada do dia 31 de Agosto, as ruas andam
inudadas de panflectos colados às paredes, postes, árvores, carros, e em quase
todos os espaços públicos. Não fosse o tratamento que é dados a essa material
depois de terminada a campanha, até não haveria muitos problemas na forma como
é usado. Mas o facto é que, assim que está a ser usado hoje, o mais provavel é
que permanença nesses locais, não só nas próximas semanas nem meses, mas nos
próximos anos. Até quando os efeitos da mãe natureza decidirem arranca-los à
força dos locias onde estão a ser colados. Mas enfim, este texto não é o
próposito dessa matéria.
A mim interessa neste momento falar do papel que está
a desempenhar a imprensa no meio de teatro político que estamos a viver na
consolidação da nossa democracia.
Analisando a abordagem jornalística dada a campanha
eleitoral constata-se que há muita baixa qualidade nas matérias. Muitos meiosde comunicação social limitam-se a descrever as jornadas dos candidados e dospartidos e sua agendas: onde estiveram e onde estarão no dia(s) seguinte(s);
apresentam o balanço das actividades de campanha e dão eco à algumas promessas
que no fundo acabam sendo sempre as mesmas. Ninguém dos media traz uma
abordagem que ajudem o eleitor a tomar a melhor decisão.
“(...) DavizSimango escalou cinco localidades dos distritos de Gurúè e Mocuba, onde
interagiu com os eleitores. Na sua mensagem, explicou por que é a melhor
escolha para dirigir o país e fez demonstrações de como se deve votar nele e no
seu partido, assim como apelou à maior participação do eleitorado nas mesas de voto
no dia da votação”. Isto é apenas um exemplo que se escreve, vê e ouvi nos
meios de comunicação.
A qualidade das notícias deixa muito a desejar. Pode se dizer que o produto oferecido pela
imprensa não transmite nenhum conhecimento mais aprofundado ao eleitor. A
imprensa não inova na sua abordagem, não cria debate e não questiona a
viabilidade de certas promessas que são atiradas no meio de uma multidão de eleitores
que muitas vezes e desde os tempos passados está habituada a oferecer seu voto
em troca de uma capulana e/camisete e pelo programa de governação que cada um
dos candidatos apresenta.
Nesse andar da carruagem apercebe-se com muita
facilidade que a imprensa esqueceu-se de que o seu compromisso é com o leitor.
E limitar-se a repassar discursos de políticos desesperados nesta processo de
caça ao voto é além de ridiculos furtar-se do seu papel de informar e formar. O
que significa, nesse caso concreto, gerar conhecimento para o leitor através do
qual ele tomará suas próprias decisões.