Prometi no meu primeiro post que o primeiro artigo para o LivrExpressão,
fora a apresentação, seria sobre o Azagaia. A escolha foi aleatória, mas ela
vem se conjugar ao facto de haver muita expetactiva em relação ao próximo álbum
deste artista moçambicano.
É que depois do surgimento, lançamento, em 2007, e sucesso do “Babalaza” (Ressaca) – nome que surge em homenagem a obra literária “Babalaza das hienas”, de José Craveirinha, - primeiro álbum do rapper Azagaia, a expectativa em relação ao próximo disco, o já anunciado “Cubaliwa”, é muito grande. O novo álbum tem a espinhosa missão de fazer jus a projecção e respeito que o rapper granjeou no seio da comunidade Hip Hop, e não só.
É que depois do surgimento, lançamento, em 2007, e sucesso do “Babalaza” (Ressaca) – nome que surge em homenagem a obra literária “Babalaza das hienas”, de José Craveirinha, - primeiro álbum do rapper Azagaia, a expectativa em relação ao próximo disco, o já anunciado “Cubaliwa”, é muito grande. O novo álbum tem a espinhosa missão de fazer jus a projecção e respeito que o rapper granjeou no seio da comunidade Hip Hop, e não só.
O Babalaza mostrou um
novo perfil do Aza. Este álbum
deu-lhe uma nova visibilidade e até uma responsabilidade no seio do “povo” que
se sente representado nas suas intervenções energicamente críticas. Este álbum define
uma fase de transição no percurso artístico de Azagaia, de um rapper de pérfil “arruaceiro”,
a que estávamos acostumados nos tempos de Dinastia Bantu, para um activista
social defensor das causas socais.
O primeiro trabalho discográfico de
Azagaia tem também sua contribuição no processo de dissipação da ideia de que o
RAP é para marginais. As tendências interventivas do então membro da Dinastia
Bantu, a frontalidade e a postura desafiadora com que se posiciona perante “as injustiças
sociais” resultantes da má actuação do Governo trazem ao Hip Hop o merecido
respeito.
Com Babalaza, cuja sua apresentação
pública começou com o single “mentiras da verdade”, Azagaia, sem sombra de
dúvida, colocou pessoas de diferentes quadrantes socais e faixas etárias a
escutarem o RAP, o que na verdade é uma
conquista, se julgarmos pela posição que as pessoas mais velhas adoptavam no
que se refere ao Hip Hop.
No “Babalaze”, o antigo elemento da
Dinastia Bantu inaugura sua forma de estar no RAP. Entretanto, Azagaia nessa
altura já era uma referência no mundo de Hip Hop antes mesmo de Babalaze,
embora apenas reconhecido nos círculos da comunidade Hip Hop.
Nessa altura a dupla Escudo e Azagaia,
era, não poucas vezes, comparado com a dupla norte-americana Method Man e Red
Man, embora ambos com gestas que lembrassem o membro da Wu-tang.
A dupla moçambicana já apresentava
timidamente e num característico circuito underground
mensagens frontais que denunciavam a postura do poder políticos em Moçambique.
Desde essa época a postura de Azagaia
demonstrava a tendência que hoje se confirma. Mas a verdade é que poucos podiam
imaginar que isso pudesse ir avante, principalmente porque muitos já haviam
começado a traçar o mesmo caminho. Porém, muitos deles não chegaram a se firmar
no mercado com a mesma pujança tendo sido reconhecidos nos meandros de Hip Hop. Exemplo
disso é a extinta “Banda Podre,” a quem endereço a minha vénia.
Azagaia conseguiu com o Babalaze
tornar-se conversa em diferentes quadrantes sociais, nas esquinas dos bairros,
nos chapas e até nas salas de aulas das escolas e faculdades.
Com
temas como “As mentiras de verdade”e mais tarde “Povo no Poder“onde o Azagaia
faz denúncias de corrupção, nepotismo e tráfico de influência nas nossas
instituições públicas, ele conquistou o respeito dos que partilham as mesmas ideias,
embora muitos nunca tenham tido coragem de denunciar aberta e publicamente.
Após
lançar o primeiro tema e o respectivo vídeo clip, o emcee trouxe ao público
mais uma faixa intitulado “marcha”, levando o público, que já estava delirante,
a êxtase. E ele resume isso dizendo que, nas suas músicas apenas diz
publicamente o que todo moçambicano fala nas esquinas.
Com
o primeiro álbum, Azagaia alcançou uma dimensão internacional. Chamando para si
a atenção de grandes redes de comunicação social, convidado a discutir e
defender suas posições.
A
nova postura fez-lhe ganhar amigos, admiradores, por um lado, e obviamente alguns
“inimigos”. Uns e outros sentiam-se, e ainda se sentem, incomodados com a sua
extravagância lírica.
O
rapper passeou a classe nos estúdios da BBC dando entrevista sobre sua “livre
expressão.” Também foi notificado pela procuradoria a prestar esclarecimentos
relativamente à música “Povo no poder”, supostamente porque tema é um
incitamento à violência. Mesmo assim manteve sua postura.
Esse
processo, e os singles que o artista tem lançado, são motivo mais que
suficiente para que as expectativas agudizam-se cada vez mais em relacção ao Cubaliwa. O que se espera é que este álbum
seja tão bom ou melhor que o primeiro. Que corresponda às expectativas que a
demora do seu lançamento cria nos amantes do Rap e do Aza.
As
faixas que que Aza tem lançado, no intervalo entre os dois trabalhos, já dão
indicações daquilo que será o álbum.
Goog mano este álbum é muito esperado
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