ESTIVE a folhear o jornal @Verdade quando me deparei com
o título "Albino repelido pela família". A acompanhar o texto estava
um fotografia de um jovem com falta de pigmentação na pele, ou seja um albino. Li o texto e fiquei arrepiado com o nível de preconceito das pessoas em
relação aos albinismo. É
simplesmente aterrorizante.
O jornal conta a historia de um jovem que, por ser
albino, foi rejeitado pela mãe quando acabava de nascer. Mais adiante explica
que ele depois de passar parte da sua infância longe da mãe, sob custodia da
Acção Social, manifestou vontade de viver com a progenitora. O desejo foi-lhe
concedido, mas já perto da mãe o preconceito da família veio de novo a tona. A
mãe foi obrigada a escolher entre viver com o filho e ser também rejeitado
pelos familiares ou abandonar o filho salvar a relação com a família.
A decisão para esta escolha pode ser simples, mas não esse meu interesse, neste momento. Preocupa-me o preconceito que envolve a relação entre os albinos e as pessoas não albinas, em Moçambique. O caso deste jovem é apenas uma gota de agua no meio de um Pacifico banhado de discriminação, preconceito, humilhação, rejeição, perseguição, até assassinatos. São casos que muitas vezes não chegam à Comunicação Social. Os que chegam vem sob forma de estatísticas "oficiais" ou "oficializadas" que muitas vezes não condizem com a verdade. Servem mais para limpar a imagem suja de um Estado que pretende se apresentar como de direito, quando na essência não esta nem tão pouco perto disso.
A decisão para esta escolha pode ser simples, mas não esse meu interesse, neste momento. Preocupa-me o preconceito que envolve a relação entre os albinos e as pessoas não albinas, em Moçambique. O caso deste jovem é apenas uma gota de agua no meio de um Pacifico banhado de discriminação, preconceito, humilhação, rejeição, perseguição, até assassinatos. São casos que muitas vezes não chegam à Comunicação Social. Os que chegam vem sob forma de estatísticas "oficiais" ou "oficializadas" que muitas vezes não condizem com a verdade. Servem mais para limpar a imagem suja de um Estado que pretende se apresentar como de direito, quando na essência não esta nem tão pouco perto disso.
Em Moçambique, muitos albinos ainda sofrem profundamente
os efeitos causados pelo excesso de ignorância em relação ao assunto. Dizer-se
que um albino não morre apenas desaparece e a parte mais leve das inúmeras
interpretações que as pessoas com falta de pigmentação sofrem.
Nas zonas rurais, onde o acesso a informação é totalmente
deficitário, a situação agudiza-se. A discriminação ganha contorna inaceitáveis
para um convívio no mínimo respeitável. As pessoas albinas são rejeitadas,
perseguidas por se acreditar que seus órgãos dão sorte e podem proporcionar
riqueza. São mortas porque também acredita-se que são sinal de azar.
Só para dar um exemplo, o artigo no jornal refere que o
líder comunitário da zona onde reside o jovem da minha história acredita que
quando uma mulher da a luz uma criança albina deve, ao sair da maternidade e
antes de chegar a casa, ser sujeita a um ritual tradicional para que não volte
a ter filhos albinos.
Em África os albinos sempre foram vitimas da ignorância
da população e do desinteresse dos governos africanos que regra geral são
arrogantes e descomprometidos com as causas das minorias populacionais sejam de
que espécie forem.
Moçambique em 2012 realizou uma exposição denominada
"Filhos da Lua" com o objectivo de consciencializar as pessoas sobre
a importância de se respeitar os direitos humanos. Quebrar os preconceitos e os
mitos que giram em torno do albinismo. O evento envolveu a associação
defendendo os nossos direitos, que entretanto, desapareceu depois da exposição.
Não mais ouvi falar dela. E reconhecendo que as mudanças socais são lentas, tal
como reconheceu na altura a directora daquela agremiação, o movimento contra o
preconceito devia continuar.
Saiba e não mais te esqueça, as pessoas albinas são tão
humanas como tu. Merecem respeito, carinho, amor e amizade como qualquer outra
pessoa.
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