“Enganam-se
os que pensam que Moçambique é so deles/Moçambique também é nosso”
O EXERCÍCIO
da Cidadania é um elemento fundamental do sistema democrático, mas é muito
sensivel a um factor social: a educação. Num país em que a maioria da população
é analfabeta, desconhece os seus direitos e deveres, ignora ainda os mecanismos
da participação na vida política, esse exercício fica totalmente minado.
Moçambique é um desses países.
Os
números sobre o sector da educação apesar de timidamente crescentes, tanto em
infra-estruturas, como em quantidade de pessoas que vão se beneficiado delas,
ainda estão longe de responder aos desafios exigidos para termos
uma população letrada e que possa se impor no exercício da cidadania,
principalmente se olharmos para a qualidade da nossa educação.
Muitas
críticas já foram levantadas acerca da qualidade do ensino no pais. O sistema
montado pelo Governo para responder aos desafios deste sector é desastroso. Serve
apenas para tapar os olhos dos doares, através da apresentação de estatísticas
óptimas sobre o combate ao analfatismo, enquanto na essência a situação esta a
piorar. Registe-se portanto: Pior que ser analfabato e não ter consciência desse
facto.
A
CITAÇÃO que inicia este artigo retirei duma música intitulada “(Papa) Samora” –
em homenagem ao primeiro presidente de Moçambique, pertecente a um agrupamento
de reppers, Tumba Sound. O verso é uma reivindicação de pertença que este
grupo, falando em nome dos excluídos, faz em relação a esse pedaço do mundo
chamado Moçmbique. De resto, ela é legítima se tivermos em conta o nível de
exclusão social que se assiste no país. Mas atirar uma frase destas no meio de
uma instrumental e parar por ai, não basta. Realmente Moçambique é de todos nós, mas não basta dize-lo, é preciso exerce-lo.
Os
políticos precisam começar a perceber que não nos vão tapar os olhos
eternamente e como dizia o defensor dos direitos humanos, Custódio Duma, a
revolução não deve parar. Eu diria que a chama da revolução esta acesa, cabe a
nós não deixa-la apagar-se. É preciso reacender de forma contínua e perpétua
esta chama para que ela traga resultados palpaveis. Precisamos dar eco às vozes
que lutam por um Moçambique mais justo.
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