sábado, 31 de agosto de 2013

REDD+ é uma nova forma de colonialismo (?)

O milagroso mecanismo apresentado ao mundo como sendo a possível solução para a redução das emissões de gases de efeito estufa refiro-me ao REDD+, é alvo de fortes críticas por parte de diversas organizações ambientalistas que afirmam categoricamente que este não passe de uma nova investida dos seus promotores visando colonizar os povos.
REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação das floresta), de uma forma simplificada, refere-se a um mecanismo, ou uma política, que contempla formas de prover incentivos financeiros aos países em desenvolvimento que tomarem medidas no sentido de mitigar as acções das mudanças climáticas. 

Teoricamente, o que esses países devem fazer é reduzir as emissões derivadas de desmatamento e degradação das florestas através de gestão sustentável e conservação das florestas e plantar mais árvores e em troca ganharem dinheiro. Mais uma vez, teoricamente, a questão parece muito simples e prática, mas há quem defende que a realidade não é essa.

O movimento No REDD, uma rede de organizações ambientalistas que se opõem ao REDD+, sustenta que este mecanismo tem efeitos profundamente catastróficos contra as comunidades nos locais onde é implementado. A No REDD, no auge da sua indignação e manifestação da oposição declara que a REDD+ não é mais que um “neocolonialismo disfarçado” visando subjugar os povos das Américas e principalmente da África. 

É que em muitos países onde esta política está a ser implementada, as comunidades indígenas são proibidas de fazer uso das árvores e em casos extremos forçadas a abandonar suas terras em nome da preservação das florestas.

Noutros casos, as comunidades são aliciadas a aceitarem “falsos projectos” de preservação da natureza (florestas) através de plantio de árvores. Nesses projectos, as comunidades, que muitas vezes são levadas a assinar contratos precários para esses projectos, são protagonistas cabe-lhes a tarefa de plantar tais árvores em troca de dinheiro. Sucede, porém, que para o cumprimento dos contratos as comunidades são obrigadas a reduzir consideravelmente a sua dedicação a produção de comida para cuidar de árvores, o que agudiza a situação de insegurança alimentar.

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