quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Governo discrimina “Minorias” por temer a “maioria” (?)

Num post recente, o LivrEpressão questionava a razão que estaria por detrás de letargia do Governo moçambicano em legalizar a LAMBDA. Por que o Governo não legaliza a Defensora das Minorias Sexuais –LAMBDA??

Passados alguns dias a pergunta continua no ar e a resposta tarda a chegar. O presidente da Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) de Moçambique, Custódio Duma, tal como o LivrEpressão, anda perocupado com a situação. Ele julga que o Executivo moçambicano teme ser criticado pela comunidade religiosa e outros membros da sociedade que nutrem preconceitos e contra os gays, lésbicas, transexuais, bissexuais.

De resto, esta visão já havia ficado explícita na declaração da ministra da Justiça, Benvida Levi, que alega “questões culturais e religiosas” para não legalizar a LAMBDA.
A ser verdadeira essa suposição, surge uma outra questão. A da justiça. É que não é justo que o Estado opte por discriminar um grupo de cidadãos, por sinal a minoria, por recear a reação da maioria. Afinal a ele cabe o dever de defender os direitos de todos.
Aliás, é preciso recordar que de acordo com a Constituição da República, Moçambique é um Estado laico. E como tal deve se garantir que não haja extravasão de poderes entre o Estado e as Igrejas  –  o Estado não deve exercer qualquer poder religioso e as Igrejas não tem poder político, –  e acautelar-se a troca de influência entre ambos.

A laicidade do Estado assenta no princípio de que: nenhum cidadão ou grupo de cidadãos deve impôr as suas convicções aos outros. E mais “a laicidade deve garantir a todo o indivíduo o direito de adoptar, mudar ou simplesmente não ter nenhuma convicção.”

-A Laicidade do Estado é a condição primeira da coexistência entre todas as convicções no espaço público. O líder da Comissão dos Direitos Humanos relembra que o Estado não tem que estar preocupado em agradar somente os religiosos, embora sejam muito e importantes, tal como testemunha a história do país.

O Estado tem agradar a todos moçambicanos, mesmo os que não são religiosos. Tem que tentar encontrar um equilíbrio,” sublinha e cnclui afirmando que “para mostrar a vontade política de promover os DH, o Estado deve legalizar aquele Associação.”





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